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Medicina

Flurona: coinfecção de gripe e COVID merecem atenção


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Por: Ladinne Campi

Crescente nos casos de dupla infecção dos vírus Influenza e Covid acendeu o sinal de alerta nos últimos dias. Por ora, o que tem se observado é que a dupla infecção não aumentou os riscos de complicações e morte. Mesmo assim, medidas de segurança precisam ser redobradas.

O ano de 2022 começou com o mundo em alerta após o primeiro registo de fluronaa infecção simultânea de Covid e gripe H3N2. O caso foi registrado em uma mulher grávida, não vacinada, residente em Israel.

Especialistas ressaltam que o flurona não se trata de um novo vírus, uma mutação ou uma “mistura”, mas do fato de se infectar simultaneamente com dois vírus diferentes.

Relatos de coinfecção não são novidade. Neste caso, os vírus são transmitidos de forma semelhante (contato com gotículas e superfícies contaminadas). Autoridades seguem reforçando a importância de manter as medidas básicas de segurança e higiene:

  • Tomar as doses da vacina (incluindo a dose de reforço);
  • usar máscara;
  • manter o distanciamento social;
  • higienizar as mãos e superfícies;
  • não partilhar objetos pessoais.

CONTAMINEI… É GRIPE, COVID OU FLURONA?

  • gripe costuma dar febre alta, mal-estar, cansaço, cefaleia, dores nas articulações ou no corpo, calafrios, garganta inflamada e tosse. Coriza e nariz entupido são menos frequentes.
  • Casos brandos de Covid-19 manifestam tosse, dor de garganta e coriza, febre, dor de cabeça, diarreia e fadiga. Perda do olfato e paladar podem ocorrem em casos moderados e problemas respiratórios em casos graves.
  • A flurona pode se apresentar com sintomas mistos, como uma gripe mais prolongada ou um coronavirus que ganha força depois de uma semana. Também pode acontecer de uma das doenças ser dominante, mas ainda há muito a ser estudado.

Os riscos da coinfecção moram exatamente na potência dos sintomas. Embora não existam relatos na literatura que comprovem o aumento da gravidade da dupla infecção, vê-se, anualmente, milhares de mortes relacionadas à surtos sazonais de gripe, por exemplo. Mesmo sistemas imunológicos de pessoas vacinadas podem “falhar” ao impedir uma infecção.

Em tese, no caso do flurona, um indivíduo imunologicamente deprimido poderia apresentar pneumonia, vírus sincicial respiratório (VSR) e outros patógenos respiratórios. De fato, o sistema imunológico precisará se esforçar em dobro para combater vírus diferentes.

PANORAMA ATUAL

Os casos crescentes de flurona são resultado do relaxamento das medidas de segurança nos últimos meses, juntamente com o surgimento da nova variante Ômicron, considerada, pela Organização Mundial da Saúde (OMS), “altamente transmissível”.

Houve, ainda, uma baixa adesão à vacina da gripe no último ano. De acordo com o Jornal da USP, das 80 milhões de doses, apenas 40 milhões foram aplicadas no Brasil.

Recentemente, o governo do estado de São Paulo contabilizou 110 casos de flurona no último ano, sendo 24 na capital paulista. Já a Secretaria de Saúde do Distrito Federal confirmou 26 casos até o momento. No Rio de Janeiro foram registrados dois casos e outros 17 estão em investigação. Também há registros nos estados do Ceará, Rio Grande do Norte, Mato Grosso do Sul, Mato Grosso, Bahia, Rondônia, Rio Grande do Sul, Alagoas, Sergipe, Minas Gerais, Pernambuco, Alagoas e Goiás.

Especialistas acreditam que o número real de casos é ainda mais expressivo. Muitos, porém, não foram detectados por um motivo simples: se um indivíduo descobre que foi infectado pelo coronavirus, dificilmente continuará investigando em busca de outros patógenos.

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